Eu lembro de quando te vi pela primeira vez, meu coração começou a bater mais forte, é verdade, é como se ele pulasse de alegria, é como desejar uma pessoa, uma coisa, para que me sentisse completo. Lembro também de quando falei contigo pela primeira vez, e timidamente, eu pronunciei um vergonhoso “Oi”. Eu não sabia se abria um sorriso de ponta a ponta por finalmente estar falando com a pessoa em que o meu coração mais deseja ter, ou se saía correndo de tanta vergonha. Mas pra que correr, se nem ao menos você sabia o que eu sentia por você?! Os dias passaram e então fui deixando o meu medo, a minha timidez, o ser que não fazia parte de mim de lado, fui conversando mais com você, até que chegou a um ponto em que você confiava de mais em mim, e vice-versa. Não queria abrir o jogo embora você já tivesse consciência de meus sentimentos para contigo. Alguma coisa dentro de mim pedia para não falar, não sabia o que era. Talvez fosse só de minha cabeça, talvez fosse só a vergonha que mais uma vez voltava a habitar o meu ser, mesmo depois de tanto tempo sendo seu amigo. Só que o que eu não sabia, era que o destino quis que não poderíamos ficar juntos, não sei porque, mas não poderíamos. Ignorei todos esses fatos, e naquele dia, naquele frio de sábado, cheguei ao portão de sua casa, apenas com um violão cantando. Você saiu de fora de sua casa meio confusa, meio sem saber o que estava acontecendo, mas por dentro, já sabia o porquê de tudo aquilo. Enfim, naquela noite, tive a coragem de me declarar, afinal, era a minha vida que estava ali, a ser decidida. E se eu não tivesse mais chances de te dizer o que eu sentia por ti, como seria?! A partir daquele momento, a incerteza de tudo foi embora, a timidez foi embora, enchi-me de coragem e te pedi em namoro! Só que, o que eu não sabia, embora ainda tivesse dúvidas, era o porquê aquela coisa dentro de mim pedia para eu não ir até sua casa. Foi quando do nada, surgiu um carro do meio do breu, e acabou me matando. Então, era isso, mas não se preocupe, não é porque estou em outro mundo, em outra dimensão, que eu deixo de te amar, te cuidar, te completar, te ajudar. Sou eternamente grato ao tempo por ter tido a chance de te dizer, e ao amor, por permitir que eu me juntasse a você.
"Cristiano Brito"
